Áudios vazam e expõem desentendimento entre técnico e presidente do Campinense

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Ascom: Campinense

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Parece que a parada no Campeonato Paraibano, forçada pela briga judicial que envolve Treze, Campinense e a FPF, somada à declaração do técnico Francisco Diá de que não ficaria mais na Raposa, acabou não fazendo bem aos bastidores rubro-negros.

Em mensagens de áudio que acabaram vazando neste final de semana, o treinador raposeiro expõe em detalhes um grave desentendimento entre ele e o presidente da Raposa, William Simões.

– Amigo, eu quero dizer a você que estou muito chateado e muito triste com tudo aquilo que aconteceu. Porque eu acredito que minha passagem pelo Campinense, uma passagem vitoriosa, com honestidade, revelando jogadores, e um desesperado presidente daquele vir dizer um negócio desse? Dizer que eu fico empresariando jogador e tirando jogador do clube. Se nem um desses atletas… nem em clube nenhum eu estou, porque mantive minha palavra em terminar o campeonato pelo Campinense, quando eu tinha proposta do América-RN. E ele desesperado fazer um negócio daquele comigo. Eu não tenho a mínima condição de continuar num clube desse, aonde o presidente me desmoralizou na frente de todo mundo. Chegou ao ponto de querer me agredir – desabafou Diá a um amigo.

Com um som alto ao fundo, provavelmente em um ambiente de bar ou festa, o técnico do Rubro-Negro segue lamentando a tal situação e diz que “todos os jogadores que estão no Campinense foram trazidos por mim. Jogadores baratos, inclusive Rodrigão, que deu um lucro para o time de R$ 2 milhões, e uma parceria de 40%. Como é que o cara vem dizer que sou empresário? Tinha que me respeitar”.

No terceiro áudio, o mais longo, Diá continua o desabafo.

Ele comenta situações envolvendo negociações de jogadores e cita o exemplo da chegada do atacante Adalgiso Pitbull.

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Foto: Montagem / Paraibaonline

– Covardia com uma pessoa que só fez ajudar esse clube. Quando eu cheguei aqui não tinha um jogador. Ele (William) não sabia nem o que era prender jogador ao clube. Nunca conseguiu vender um jogador. E eu trazendo jogador barato, com o conhecimento que eu tenho, e falar um negócio daquele. Dizer que eu queria tirar Pitbull? Se Pitbull tem um empresário, um ladrão lá de não sei de onde… de Joinville, que chegou aqui, que é amigo dele e prendeu o jogador,  junto com esse gaúcho que veio aí do clube. Eu não! Eu não empresário não. Que se eu fosse empresariar, eu largava minha profissão. Ia ficar rico, que ninguém conhece mais jogador do que eu. Eu tenho um nome a zelar. Mas é isso mesmo. Cada um dá o que tem. Aquele lá de cima não falha. Fiquei muito triste, constrangido. Amanhã vou falar com Gustavo para ele acertar o que me deve para eu ir embora. Não fico mais nenhum dia nesse clube – detalha.

Minutos depois que as três mensagens de áudio se espalharam nos aplicativos de bate-papo, no início da tarde deste domingo (15), uma nova gravação partindo de Francisco Diá começou a circular.

Em tom aparentemente sereno, o treinador tentou explicar o que aconteceu.

– Amigos, ontem num momento de tristeza muito grande, eu tive uma discussão com o presidente (William Simões), e esse áudio vazou. Eu quero dizer a vocês o seguinte: não tenho nada contra a pessoa do presidente. Eu estava muito triste ontem e desabafei. E as coisas internas do clube, eu quero dizer a vocês que eu resolvo com o presidente. Eu e ele, a gente se resolve. Já houve outras discussões e a gente vai resolver. Agora, jamais vazar um áudio desse… foi num momento de tristeza, eu desabafei, não tem como voltar atrás. Mas não falei nada de ninguém nem nada demais. Só o que eu tava sentindo. Obrigado – justificou o treinador.

O presidente do Campinense, William Simões, ainda não se pronunciou sobre o caso.

FONTE: Da Redação PB online