Próximo adversário do Botafogo-PB não treina para tratar de salários atrasados

0
741
Apesar do problema financeiro, Waldemar afirma que nada irá atrapalhar o time na Série C (Foto: Fernando Araújo)

O clima pelos lados do Baenão vem sendo o melhor possível, com o grupo unido, o time vencendo e ocupando a vice-liderança do Grupo A, no caminho da classificação. Porém, na tarde de ontem, quando os jogadores do Clube do Remo começariam o treinamento regenerativo, as atividades foram paralisadas para que fosse feita uma reunião com a diretoria e comissão técnica. Uma das pautas diz respeito ao salário atrasado de atletas e funcionários.

A direção azulina queria utilizar a renda do último jogo contra o River-PI, cerca de R$ 378 mil, para pagar os jogadores. Porém, o dinheiro não foi suficiente, já que boa parte da renda remista ainda é bloqueada para cumprir acordos com a Justiça do Trabalho. Desta forma, os mandatários ofereceram 50% dos vencimentos do mês de junho para os atletas, que não aceitaram o pedido. Além disso, segundo informações de diretores, o Leão deve cerca de quatro meses para alguns funcionários, e os meses de junho e julho para os jogadores.

Apesar de tudo, o treinador Waldemar Lemos afirmou que os trabalhos seguiram de forma normal. “Nós treinamos de manhã, e muito. Deixamos o gramado umas 11h30, 11h45. À tarde, iniciaríamos às 15h, e depois a gente complementaria com o restante do pessoal, mas teve uma reunião. Eu achei que deveríamos dar uma segurada, e conversar sobre vários assuntos, inclusive sobre o jogo. Amanhã (hoje), à tarde, voltamos a trabalhar”, conta o senhor Waldemar, que reforçou o fato de os jogadores terem trabalhado também à tarde, apesar de todos descerem para os vestiários poucos minutos após subirem para o gramado.

‘TUDO VAI SE RESOLVER’

A ideia era que os jogadores retornassem aos treinamentos na manhã de hoje, mas, segundo informações de bastidores, um tempo foi dado para que fosse possível realizar o pagamento dos atletas e tudo seja normalizado. Para esclarecer todos os acontecimentos, o presidente André Cavalcante falará hoje com a imprensa sobre a situação do Clube do Remo.

Porém, ontem mesmo, o próprio treinador Waldemar Lemos se incumbiu da responsabilidade de falar pelo grupo. “Estamos vivendo um momento complicado no Brasil. As coisas são acumulativas, mas temos que ter calma para contornar esses problemas. Não vai ser de uma hora para outra”, ressaltou. O comandante azulino conta ainda que tudo está sendo trabalhado para que as coisas se resolvam. “Cada um vai fazer a sua parte. A gente sabe que está existindo uma intenção muito grande por parte principalmente do presidente em resolver toda esta situação”, conta.

Apesar de tudo, o treinador destaca que nada vai atrapalhar a sequência da equipe na Série C. “Tomara que não, eu espero que não. Eu sempre vou continuar a trabalhar, do jeito que eu trabalho. Entendendo e ouvindo a todos. Com muita calma e com tranquilidade. Com tiro, porrada e bomba não se resolvem as coisas. Temos que resolver na conversa. Os jogadores se uniram pela causa. Antes eles eram xingados, hoje estão bem. E o nosso objetivo não vai falhar, não. Vamos continuar firmes”, encerrou Waldemar.

Confiança renovada é a arma azulina

Quem viu os primeiros jogos do Clube do Remo na Série C, consegue perceber a mudança de postura que houve na equipe, principalmente desde a chegada de Waldemar Lemos. Adaptados à filosofia do novo treinador, os jogadores demonstram dentro de campo muita vontade e, principalmente, confiança, o que resulta em boas apresentações e nesta boa sequência que o Leão vem tendo na competição.

O meia Eduardo Ramos, um dos líderes da equipe, ressalta que Waldemar Lemos conseguiu melhorar o clima dentro do Baenão. “Eu conheço o Waldemar há muito tempo, ele é um cara desprovido de vaidade. Eu tinha certeza que, se a gente abraçasse a ideia dele, a tendência era que a gente crescesse e foi isso o que aconteceu”, disse Ramos, que também ressaltou a humildade como ponto forte. “Ninguém é melhor do que ninguém, todos trabalham igual, da mesma forma, ninguém tem vantagem no clube. Assim, só quem tem a ganhar é o Clube do Remo e o nosso torcedor”, completou o camisa 10.

Já o treinador destaca que esse crescimento beneficia os próprios jogadores. “Eles estavam muito desacreditados aqui e agora adquiriram muito mais confiança. Isso a gente vai conquistando diariamente. Tem sido interessante para eles, esse jeito de trabalhar, essa intensidade, a competitividade, tantas coisas que a gente cobra no dia a dia”, encerrou.

(Café Pinheiro/Diário do Pará)